sábado, 10 de outubro de 2009

Cavaleiro Negro, em... Ódio de pele-vermelha!

* Ledora: Anair Campos

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Notas sobre o Cavaleiro Negro (O homem misterioso do oeste):

Cavaleiro Negro (Black Rider), foi criado por John Severin
com arte de Syd Shores para a Marvel Comics e foi publicado
em 1948 (EUA),na revista All-Western Winners n°2. No Brasil
também, entre tantos outros "cowboys", foi sucesso de venda,
isto nas décadas de 40 e 50. Após estrear nas páginas do
"Gibi Mensal" em 1949, Cavaleiro Negro, o mais popular herói
de WESTERN em quadrinhos por aqui, viveu suas aventuras nos
traços de alguns desenhistas brasileiros de renome, como
Gutemberg Monteiro, Edmundo Rodrigues e Flávio Collin...
A revista "Gibi Mensal" se especializou em faroeste até o
seu final, nos anos 60. Já em 1951 era comum ver
revistas de faroeste produzidas aqui e com títulos próprios,
como Cavaleiro Negro, DON CHICOTE e FLECHA LIGEIRA. Nesta
época, as revistas da "EBAL" passam, sem exceção, a publicar
séries da tevê, como, WYATT EARP, BAT MASTERSON, Bonanza,
Gunsmoke, Maverick, Rintintin, etc. Quase todos os heróis do
faroeste conquistaram revistas próprias, como Rocky Lane,
Zorro, Bufallo Bill, Bronco Piller, Texas Kid, Cavaleiro
Fantasma e dezenas de outros.

A história transcrita aqui foi publicada na Revista
Cavaleiro Negro Nº. 1, de setembro de 1951, reeditada pela
Rio Gráfica Editora Ltda., na coleção "Gibi de Ouro", em
1985 .

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Q1. Cavaleiro Negro está sendo perseguido por alguns índios
e troca tiros com estes.

N: O Cavaleiro Negro encaminha-se para uma armadilha da qual
não há escapatória...

Q2. Cavaleiro Negro está em pé e conversa com Satã, seu
cavalo.

N: Cavaleiro Negro treina com Satã uma tática de defesa para
escapar de flechas e balas...

Cavaleiro Negro - Experimentemos outra vez, Satã! Você vem
correndo em pleno galope na minha direção! Em vez de montar
em você, penduro-me no seu pescoço, de modo a ficar de
frente para quem me perseguir!

Q3. Satã está a alguma distância do Cavaleiro Negro e
aguarda sua ordem.

N: No meio da planície, um castor olha com admiração para a
curiosa cena. Quero ver como vai ser isso, deve estar
pensando o animalzinho!

Cavaleiro Negro - Agora, Satã! Venha correndo! Depressa!

Q4. Satã galopa em direção ao Cavaleiro Negro e este
consegue seu intento.

N: O castor pisca os olhos... fecha-os... e quando os
abre... cavaleiro Negro está pendurado, de lado, no pescoço
do seu belo corcel...

Cavaleiro Negro - Muito bem, Satã! Isso me valerá muito um
dia!

Q5. Cavaleiro Negro apeia do cavalo.

N: Tendo em vista o salto malabarista, o castor meneia a
cabeça e afunda em sua toca...

Cavaleiro Negro - Você merece água fresca, Satã! Vamos
procurar um córrego!

Q6. Cavaleiro Negro e Satã bebem água num regato. De
repente, uma flecha passa por eles e vai cravar-se numa
árvore.

N: Minutos depois, cavalo e cavaleiro matam a sede... de
repente...

Cavaleiro Negro - Recua, Satã!

Q7. Cavaleiro Negro em pé ao lado de Satã. Um índio vem
chegando e o saúda.

Índio - Venho em paz, homem branco!

Cavaleiro Negro - Oh, eu devia ter visto logo que essa
flecha tão certeira só podia ter sido atirada por você,
Pantera Azul!

Q8. Cavaleiro Negro e Pantera Azul conversam.

N: Os velhos amigos lembram-se de gratos dias do passado...
então, subindo num rochedo, Pantera Azul olha, com tristeza,
para a planície...

Pantera Azul - Essas terras eram dos meus antepassados! Os
seus irmãos brancos são insaciáveis, Cavaleiro Negro!

Cavaleiro Negro - Creio que sim, Pantera Azul! Quanto a mim,
meu desejo é ver paz entre o seu povo e o meu!

Pantera Azul - É esse o meu desejo também, Cavaleiro Negro!
Foi um prazer tornar a vê-lo! Vou caçar!

Cavaleiro Negro - Felicidade, Pantera Azul... a hi ri hana!

Q9. Doutor Robledo cavalga pela rua principal da cidade e é
interpelado por um velho comerciante, Noel, ao passar em
frente à loja deste.

N: Pouco depois, já transformado no Doutor Heron Robledo, o
Cavaleiro Negro entra na cidade...

Noel - Por onde andou, Doutor? Como sempre, ninguém o viu
quando, há pouco, houve uma grande briga !

Robledo - Oh, essa cidade parece que gosta de agitação!
Que houve desta vez?

Noel - Entre outras coisas, chegou um homem importante,
empreiteiro de estrada de ferro, e todos estão procurando
ser amáveis com ele! O homem parece um rei!

Robledo - Tanto rapapé, em torno de um empreiteiro de estrada
de ferro! Nas grandes cidades, ninguém lhes dá atenção!

Noel - Pois aqui, até a Maria Latrop e seu pai foram
recebê-lo! Humm, a coisa agora lhe interessa um pouco mais,
hein?

Robledo - Maria? Bem, é uma curiosidade natural, Noel.
Ela não está habituada a ver gente de cartola!

Noel - Olhe lá, Doutor Robledo! Noto mais que curiosidade
nos olhos da Maria!

Robledo - Você está vendo demais, Noel! Não imagine coisas!
Eles apenas estão atravessando a rua!

Q10. Maria e o empreiteiro. Ao fundo estão Doutor Robledo e o
velho Noel. O empreiteiro coloca sua capa sobre uma poça.

Valdez - Não permitirei que suje seu lindo vestido nesta
lama, Senhorita Maria! Pode atravessar agora!

Maria - Oh, não, Senhor Valdez! Não estrague sua linda capa!
(Pensando) - O Doutor Robledo nos está observando! É bom que
aprenda a ser gentil!

Q11. Doutor Robledo carrega Maria nos braços e passa sobre a
capa de Valdez.

N: Mas, quando Maria vai pisar na capa...

Robledo (Carregando Maria) - Com licença, assim é mais fácil!

Valdez - Atrevido! Tire as patas da minha capa! Vai pagar
por esse desaforo agora mesmo!

Maria (Pensando) - Vamos ver se o Robledo resolve lutar por
mim, desta vez!

Q12. Robledo, após colocar Maria no chão, apanha a capa de
Valdez.

N: Mas, Maria tem outra decepção...

Robledo - Não se zangue por tão pouco, Senhor! Mandarei
limpar a sua capa!

Valdez - Mande-a então ao meu hotel hoje mesmo!

Q13. Robledo e Maria conversam.

Robledo - Há homens que se irritam por tão pouco, não é,
Maria? Ainda bem que sei lidar com essa gente!

Maria - Oh, Doutor Robledo, nunca me senti tão humilhada em
minha vida!

Robledo - Vamos, Maria, não me trate assim! Que tal um
passeio em Rio Verde, hoje à noite?

Maria - Oh, você não tem remédio! Por que não procura imitar
os modos do Senhor Valdez? E a coragem dele?

Robledo - Estou satisfeito comigo mesmo! E o passeio?

Maria - Não! O Senhor Valdez virá visitar-me esta noite! Ele
é um verdadeiro cavalheiro!

Q14. Robledo volta a conversar com o velho Noel.

Noel - Maria tem razão, Doutor. O Senhor não é um tipo que
agrade às moças! Não basta bons sentimentos e delicadeza!
Querem bravura e valentia!

Robledo - Reconheço isso, Noel. Mas é tarde para me
corrigir!

Q16. Robledo conversa com o xerife Ben.

N: No dia seguinte, no gabinete do xerife...

Robledo - Está então preocupado com esse Valdez?

Xerife - Ele anda tentando comprar grandes fazendas por
preços irrisórios... o seu objetivo é garantir terras para a
passagem da estrada de ferro por aqui.

Robledo - A quais fazendeiros ele já fez propostas, Ben?

Xerife - Que eu saiba, ao Dino Morgan, Ruy Smith e Lino
Grossi! Quando eles recusaram o baixo preço que oferecia,
respondeu-lhes que conseguiria as terras por outros métodos!

Robledo - Esses nomes não me são totalmente desconhecidos!
Ben, tenho que ir, os clientes me esperam!

Xerife - Mais tarde me informaram que ele esteve
confabulando com dois bandidos chamados Lucas Morcego e miro
Larkin!

Q17. o Cavaleiro Negro e Satã.

N: Num lugar ermo da cidade, opera-se uma rápida
transformação no Doutor Robledo e no cavalo Molenga...

Cavaleiro Negro - Retese esses músculos! Vamos entrar em
ação!

Q18. Cavaleiro Negro cavalga pela planície.

N: Segundos depois, na planície...

Cavaleiro Negro - Temos muitos quilometros a vencer, Satã!
Estou com o pressentimento de que o Senhor Valdez é desses
que não aceitam respostas negativas!

Q19. Dois homens conversam entre si, enquanto observam um
índio que assa uma ave numa pequena fogueira.

N: Enquanto isto, a muita distância dali, num bosque...

Miro - Que esperamos, Lucas? Podemos liquidar o índio daqui
mesmo!

Lucas - Não, poderíamos errar a pontaria e isso é arriscado!
Ele faz parte de um grupo que está caçando! Vamos chegar
mais perto!

Q20. Os dois, montados em seus cavalos, chegam perto do
índio.

Índio - Alô, irmãos! Querem comer comigo?

Lucas - Acabamos de comer, mas aceitamos um naco de carne!

Q21. Um dos homens com o revólver na mão e o índio caído no
chão.

N: Quando o índio vira-se para pegar um pedaço da carne, os
bandidos o matam...

Miro - Bom apetite, índio!

* BANG! BANG!

Q22. Os bandidos, sobre um rochedo, observam um grupo de
índios que estão acampados à margem de um rio.

N: Uma hora depois, numa rocha...

Miro - Como vamos liquidá-los?

Lucas - É fácil, Miro! Eles estão agrupados como pombas...
assustaremos os cavalos com o primeiro tiro e continuaremos
atirando, até vermos todos os índios tombados!

Q23. Alguns índios estão caídos, um correndo e os dois
bandidos com os rifles nas mãos, atrás das pedras, atirando.

N: O ataque impiedoso é levado a efeito...

* BANG! BANG! BANG! BANG! BANG!

Lucas - Atire naquele que vai fugindo, Miro!

* BANG!

Miro - O Valdez vai ficar satisfeito!

Q24. Os bandidos estão diante dos índios mortos.

N: E os bandidos descem para ver a carnificina que
promoveram...

Miro - Voltemos para a cidade! Imagine você a raiva dos
outros peles-vermelha ao verem essa gente toda liquidada!

Luca - Eles vão declara guerra aos fazendeiros... e será o
momento do Valdez lhes comprar as terras pelo preço que
quiser!

Q25. Cavaleiro Negro encontra seu amigo, Pantera Azul, morto.

N: Uma hora depois dois olhos se enchem de lágrimas sobre o
corpo de um amigo...

Cavaleiro Negro - Foi morto à traição! Monstros! Recebeu-os
como amigos, como fazia com todos os homens brancos!

N: Estudando os vestígios no local, Cavaleiro Negro
reconstitui o ataque...

Cavaleiro Negro - Dois homens... dois cavalos! Os cavalos se
assustaram quando os bandidos atiraram, e um deles deixou
cair esta arma...

Q26. Cavaleiro Negro montado e o corpo do índio coberto com
pedras.

N: Após cobrir o corpo do amigo com pedras, Cavaleiro Negro
monta e sai do local, olhando para o túmulo que deu para o
amigo...

Cavaleiro Negro - Adeus, Pantera Azul! Haverá muita luta,
mas não por sua culpa! Você será vingado!

Q27. Cavaleiro Negro, montado, diante de uma casa e um
homem.

N: É quase noite quando o Cavaleiro Negro chega a uma
fazenda...

- Alô, Cavaleiro Negro! Você chegou em boa hora! Dino Morgan
e Ruy Smith estão aqui!

Cavaleiro Negro - Más notícias, amigo! Os índios não tardam
a declarar guerra aos homens brancos! Antes do nascer do sol
teremos luta!

Q28. Cavaleiro Negro conversa com três homens, dentro da
casa.

- São os meus vizinhos, Dino Morgan e Ruy Smith! Valdez vem
tentando nos forçar a vender nossas terras por um baixo
preço! Mas não conseguiu!

Cavaleiro Negro - O pior é que um homem como o Valdez, não
olha a meios para conseguir o que deseja! Liquidaram Pantera
Azul, filho do chefe dos índios, e acho que isso já faz
parte de algum sórdido plano!

Q29. Alguns índios com pinturas de guerra, acampados.

N: Enquanto isto, num acampamento próximo, soam os tambores
de guerra...

* BUM! BUM BUM! BUM! BUM BUM! BUM!

Chefe - Deram cabo de seis e o sétimo era o meu filho!
Nossos irmãos serão vingados! Os homens brancos pagaram o
mal que nos fizeram! Roubaram nossas terras e agora nos
matam!

Q30. Um menino sobre uma cerca e ao fundo uma nuvem de
poeira.

N: Rompe a madrugada na fazenda dos Latrops...

Menino (Pensando) - Aquela nuvem de poeira são os índios que
vêm para cá... vou avisar papai!

Q31. Índios, montados em seus cavalos, atacando a fazenda e
alguns homens, dentro de casa, agachados sob as janelas,
atirando nos índios.

N: Bob dá o alarma e em pouco todos na fazenda se
entrincheiram para resistir ao furioso ataque dos
peles-vermelha. Os fuzis despejam fogo incessantemente, em
resposta às perigosas flechas dos índios...

* BANG! ZINCH! BANG! BAM! ZIP! ZIP! BAM! BANG! ZIP! ZIP!
BANG!

Senhor Latrop - Mais munição, Maria!

Maria - É a última caixa! Precisamos de socorro!

Q32. Um índio, com o arco armado, está diante de uma janela.

N: Sem ser visto, um índio chega até uma janela
desguarnecida...

Maria - Cuidado, Bob!

* ZIP!

Bob - Aiiii!

Q33. Bob é atingido por uma flecha e o pai deste acerta o
índio.

N: A pontaria certeira põe o índio fora de combate...

Maria - Bob está ferido!

Senhor Latrop - Bob! Bob! Desmaiou! É preciso que alguém vá
chamar o Doutor Robledo ou ele não escapará!

Um vaqueiro - Os índios começam a recuar! Creio que posso ir
chamar o médico!

Q34. Um homem montado, entrando numa fazenda.

N: Duas horas depois, um cavaleiro exausto chega à fazenda
em que se acha o Cavaleiro Negro...

Cavaleiro Negro - Esta flecha diz tudo! Onde é o ataque?

Vaqueiro - Na fazenda do Latrop! Muitos índios! Bob foi
gravemente ferido!

Q35. Cavaleiro Negro cavalgando.

N: Como um tufão, o Cavaleiro Negro se põe a caminho...

Cavaleiro Negro - Corra como você nunca correu, Satã! Bob
precisa de nós!

Q36. Cavaleiro Negro é perseguido por alguns índios.

N: Pouco depois, um grupo de índios ataca o Cavaleiro
Negro...

Cavaleiro Negro - Coragem, Satã! Vamos tentar chegar ao
Passo Estreito antes que eles nos deixem sem saída!

Q37. Cavaleiro Negro, montado ao lado do cavalo, com as
armas nas mãos, passa entre os índios.

N: Disparando as armas infalíveis por entre os atacantes,
Cavaleiro Negro consegue transpor a barreira que lhe tentam
fazer...

Cavaleiro Negro - Lembra-se daquilo que lhe ensinei, Satã?
Pois é o recurso que vamos pôr agora em prática para nos
defendermos dos nossos inimigos! Assim, Satã!

* BANG! BANG! BANG! BANG!

Q38. Cavaleiro Negro volta a montar de maneira normal e
vê-se alguns índios.

N: Outro bando de índios surge a frente do Cavaleiro
Negro...

Cavaleiro Negro - Estamos encurralados, Satã! Não temos para
onde sair! Bem... vou soltar as rédeas... o resto é com
você!

Q39. Cavaleiro Negro e Satã. Ao fundo alguns índios.

N: De rédeas soltas, Satã tem agora de cuidar do seu próprio
equilíbrio e do seu dono. Diante deles vê-se um precipício...

Cavaleiro Negro - Firme, Satã!

Q40. Satã, com o Cavaleiro Negro montado, salta no ar.
Abaixo deste vê-se um precipício.

N: Surpreendendo o próprio Cavaleiro Negro, o extraordinário
animal salta por sobre um profundo precipício...

Q41. Cavaleiro Negro e Satã em primeiro plano. Ao fundo o
precipício. Atrás deles, do outro lado, os índios.

N: Satã firma-se nas patas ao cair do outro lado e continua
sua corrida...

Cavaleiro Negro - Bravo, Satã! Eu me orgulho de você!

Q42. Doutor Robledo, Senhor Latrop e sua filha, Maria, diante
da casa da fazenda.

N: Uma hora depois, Cavaleiro Negro e Satã assumem suas
identidades secretas...

Maria - Oh, Doutor, graças a Deus que o Senhor veio!

Senhor Latrop - O ataque terminou... mas como conseguiu vir
até aqui?

Robledo - Escondi-me no mato e os índios não me viram! Onde
está o Bob?

Q43. Doutor Robledo está diante de Bob que, com uma flecha
no peito, está deitado numa cama. Maria e seu pai estão do
outro lado desta.

Robledo - Você ainda teve sorte, Bob! Se a flecha penetra um
pouco mais acima... como se sente?

Bob - Bem... mas me livre logo dessa flecha! Está doendo
muito!

N: Com uma crescente admiração pelo homem que ela sempre
desprezou, Maria observa as mãos hábeis do Doutor Robledo
trabalharem...

Robledo - Vou dar alguns pontos, Bob!

Maria (Pensando) - Oh, Robledo! Perdoa-me. Nunca mais lhe
voltarei as costas!

Q44. Maria e Robledo diante da casa.

N: Terminada a sua tarefa, Doutor Robledo se prepara para ir
embora...

Maria - Não pode voltar agora para a cidade, Doutor. As
estradas estão cheias de índios furiosos!

Robledo - Os índios olharão para mim e para o Molenga e nada
farão, além de rir! Verão logo que somos inofensivos!

Q45. Cavaleiro Negro, galopando.

N: De novo, rápida mudança de roupas e eis o Cavaleiro Negro
e Satã em ação...

Cavaleiro Negro - Surpresa é o melhor ataque, dizem os
estrategistas! Vamos direto para o acampamento dos índios,
Satã!

Q46. Cavaleiro Negro, montado, diante de alguns índios.

N: Uma hora depois, a perplexidade domina mais de uma
centena de índios, diante da aparição do Cavaleiro Negro...

Cavaleiro Negro - Irmãos, o Cavaleiro Negro aqui veio em
missão de paz!

Q47. Cavaleiro Negro conversa com o chefe índio.

Cavaleiro Negro - Vocês sabem que eu era amigo do Pantera
Azul! Jurei que ele seria vingado e apenas lhes peço que
cessem essa guerra desnecessária! Uns poucos homens brancos
desalmados enganaram vocês!

Chefe - Queremos vingar os nossos que foram liquidados!

Cavaleiro Negro - Dê ordem a seus guerreiros para que cessem
a luta! Confie em mim e juntos levaremos os culpados à
Justiça!

Chefe - Chefe Mão Dourada concorda!

Q48. os bandidos e o Valdez.

N: Enquanto isso, na cidade,no quarto de um hotel...

Miro - Os índios ficaram enfurecidos! O plano não podia ter
melhor resultado! Você terá agora terras baratas, Valdez!

Valdez - O resto é fácil! Vocês souberam trabalhar e, serão
bem recompensados!

Miro - Obrigado, Chefe!

* TOC! TOC! TOC!

Miro - Ei, quem será?

Q49. Cavaleiro Negro entra no quarto.

Cavaleiro Negro - A recompensa que os espera é bem diferente
de dinheiro! Está preso, Valdez!

Valdez - O Cavaleiro Negro! Atirem logo!

N: As duas armas do Cavaleiro Negro detonam em legítima
defesa e os capangas do Valdez são atingidos mortalmente...

* BANG! BANG!

Valdez (Sacando uma arma) - De mim você não escapa!

Cavaleiro Negro - Há uma visita para você, Valdez!
Entre, Chefe!

Q51. O chefe índio entra no quarto.

N: O chefe atira a machadinha e abre a cabeça do Valdez que
tomba morto...

Chefe - Vim vingar meus sete guerreiros!

Valdez - Aaahhh! Arrff!

Q52. Robledo, Noel e ao fundo, Maria.

N: A paz volta a reinar na cidade. Alguns dias depois,
Doutor Robledo conversa com o velho Noel, quando a Maria
passa por eles...

Maria - Quero pedir-lhe desculpas, Doutor! Não passava de um
patife o homem que julguei superior a você! E o passeio ao
rio? Vamos hoje?

Robledo - Sim, Maria! Terei muito prazer!

Q53. Robledo, já montado no Molenga, conversa com o Noel.

Noel - Ouvi a conversa, Doutor! Quer um conselho deste
velho? Não se deixe amarrar por uma mulher! Nunca se sabe ao
certo o que elas querem! Pois não é que ela está caindo para
o seu lado?

Robledo - Sim... enquanto não aparecer o Cavaleiro Negro!
Toca, Molenga!


FIM

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